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Saída de Rio claro- Jabiraca lotada |
A “caravana” era composta de oito adultos (Hirata, Edson – os motoristas – Nair, Geni, Carolina, Renata, Evanir, Sandra e uma criança de apenas seis meses: Lucas, sorridente com seu cabelinho loiro avermelhado pela poeira intensa). Em Três Lagoas juntaram-se a nós Gustavo e Gláucia no Del Rei dirigido pelo Hirata.
Levávamos na bagagem (dividida entre os dois veículos): tralha de pesca (pequena), isopor, máquina filmadora, apetrechos para mamadeira, objetos e roupas pessoais, além do farnel (sanduíches, frutas, água, refrigerantes com o famoso frango com farofa). Uma aventura e tanto. A cada cem quilômetros, uma paradinha para as necessidades básicas, esticar o corpo moído pelo desconforto e para que Édson, nosso cinegrafista amador, pudesse registrar as cenas.
Viagem longa e cansativa que fizemos em duas etapas. Chegamos enfim a Cuiabá já à noitinha. Antenor e Dôia nos esperavam, junto com Vera, Agenor, Érico e Rodrigo, que chegaram antes. Além deles, o frio. Mas não um friozinho tépido, bobo. Um frio de rachar, daqueles de arrancar pica-pau do oco. Recebidos pelos anfitriões, depois das conversas de praxe fomos dormir. Uma noite bem dormida, mais pelo cansaço e menos pelo conforto de agasalhos, escassos em uma cidade normalmente ensolarada e muito, muito quente.
Como não havia cobertores suficientes, o jeito foi nos virarmos, inclusive com forração de jornais e nos espremermos para que o calor dos corpos nos aquecesse. Vera, tricotando como sempre, foi a salvação. Confeccionou às pressas um casaquinho de lã para o Fabrício. Esqueci de dizer: a viagem era para assistir à cerimônia de batizado daquela pequena criança, na época com seis meses, que veio para enriquecer o lar do casal Dôia e Antenor. E o traje de gala que vestiria Fabrício para o batizado não era adequado para tanto frio. Daí o casaquinho tricotado às pressas.
No dia seguinte, a cerimônia, churrasco, dança e muita animação. Estávamos muito felizes, pois o Fabrício havia trazido muita alegria para todos nós. A cerimônia foi muito bonita e a festança continuou animada pelos orgulhosos papais Antenor e Dôia, pelos padrinhos Maurício e Neiva e pelos demais convidados.
Acabou a festa, mas não a animação. No dia seguinte fomos para um rancho às margens do rio Cuiabá. Comemos peixe assado na folha de bananeira e farinha de mandioca com melado de cana, pratos típicos da região. Era a festa para os pequeninos guris, que de tudo participavam na maior alegria.
Mais um dia e novo passeio. Desta vez, rumo à Transpantaneira. Após reabastecer as matulas, seguimos nosso caminho, agora com o grupo aumentado por Agenor e família, além do Silvinho e da Kiti que, mesmo grávida, fez questão de participar da aventura. E que aventura!
As pontes – mais conhecidas como “pinguelas”– não agüentavam nosso peso. Tínhamos que descer dos carros e seguir a pé. Menos Luquinha e os motoristas, privilegiados que se mantinham acomodados em seus lugares. Em compensação, nos encantávamos com os jacarés e a enorme variedade de aves. As garças pantaneiras e os tuiuiús eram os que chamavam mais atenção. Na ponte do Rio Pixaim nos acomodamos para o lanche, não sem antes jogar iscas e observar a beleza dos cardumes que pulavam deixando a água prateada. A grande estiagem favorecia essas cenas.
O corpo quebrado pelo sacolejar da Jabiraca e os cabelos e roupas sujos pela poeira vermelha não empanavam a alegria e a satisfação desses momentos vividos. As imagens gravadas em nossas retinas nenhuma máquina conseguiria registrar.
Fizemos ainda várias outras viagens juntos, alternando as pessoas, mas sempre o mesmo grupo. Nenhuma, porém, nenhuma misturou como essa tanto desconforto e cansaço, algumas escoriações com o enorme prazer do aconchego familiar.
Obs.: A qualidade das fotos não é boa e quem fez o trabalho idem, mas dá pra se ter uma idéia do momento vivido. As pessoas que estão na foto são as citadas no texto. Reconhecê-las? Impossível. Os envolvidos vão tentar adivinhar, com certeza. Saudades!!!!!!!!!!!!!!!!!!
GÊ
Tia Gê, que lindo! Amei! Parabéns a você e a toda a "sua equipe"! É um trabalho maravilhoso! Obrigada pela oportunidade de participarmos desses momentos! Ficou lindo! Ficou excelente!
ResponderExcluirSaudades. Fiquem com Deus!