A
multidão vai à loucura, a poeira levanta. A baba espumante do boi se mistura à
terra vermelha. No corcovear cheio de ódio um milagre acontece. Soltam-se as amarras. No desenlace, a vitória
do animal antes indefeso. O peão beija o solo experimentando a derrota.

Limpe das
gavetas da memória as velhas lembranças; afrouxe o apertado laço que o peito
oprime. No desenlace, mostre uma nova
face que o sorriso revela cheio de esperança.
Desenlace
os fios tricotados nas mantas intermináveis do tempo inexorável. Estão amarelecidos, ofereça
aos pássaros que entrelaçarão nos seus ninhos. Tudo se renova no ciclo da vida.

Busque: o pôr
do sol, o balé do beija-flor no jardim, o soar melancólico do sino da capela, o
cantarolar do riacho, a prece na hora do Ângelus. Enlace com o arco-íris e
ofereça a uma mãe que balança o berço. Uma nova aquarela surge. É a vida em
abundância.
Um drone
sobrevoa registrando o espetáculo: Braços entrelaçados num enorme círculo. Os
pés batem com força cadenciada. As vozes em uníssono dão o ritmo. Índios na
dança de agradecimento juntam-se à floresta, aos animais, aos deuses numa união
simbiótica. Jaci contempla alumiando a cena. A tribo vestida com o figurino
oferecido pelas aves e floresta agradece aos deuses a fartura que veio com a chuva.
As horas passam céleres e o enlace dura até a chegada de Guaraci. Então os guerreiros exaustos retornam às suas ocas.
Geni - Oficina Literária 12/11/2013
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