O que faz com que duas pessoas que se
encontrem sintam-se tão atraídas uma pela outra que decidam unir suas vidas?
O amor faz isso. E o que é o amor, esse sentimento
cantado em todas as línguas e formas de expressão, que sempre esteve em
evidência na poesia, na música, no cinema, nas artes?
O
filme “Suplício de uma Saudade” contou em sua trilha sonora com uma música que
apresenta várias definições do amor. A canção, que tem como título “Love is a
many splendored thing” (o amor é a coisa mais esplendorosa), canta ainda que “o
amor é a rosa de abril que somente brota no início da primavera”, “o amor é a
forma como a natureza se doa”, “o amor é a razão de viver”, “o amor é a coroa
de ouro que faz um homem rei”...
Em
resumo, o amor acontece (chega) no momento certo (como a rosa de abril) e é o motor
(fator) de grandes transformações. E o amor é tudo isso e muito mais. Na Carta
aos Coríntios, Paulo de Tarso, o apóstolo de Jesus, nos fala no Capítulo XIII a
respeito do amor: “Se eu falar língua dos anjos, se tiver fé a ponto de
transportar montanhas, se distribuir todos os meus bens e não tiver amor, nada
sou”. E continua: “O amor é paciente, é benigno. O amor não é invejoso, não
busca seus próprios interesses, não suspeita mal. O amor tudo tolera, tudo
espera, tudo crê.”
Para
o apóstolo Paulo, o amor pressupõe o cultivo da paciência e da tolerância na
convivência e no relacionamento, para que as dificuldades possam ser superadas.
Centrado na solidariedade, no empenho de tornar o outro feliz, o amor
verdadeiro não é egoísta, pois não busca atender a seus próprios interesses. E é esse amor que une Simone e Gustavo e nos
traz aqui hoje, neste dia de festa, para comemorar e testemunhar a união dos
dois.
Tive o privilégio de conhecer Simone há cinco
anos, quando aqui cheguei, vindo de São Bernardo do Campo. E foi amor à
primeira vista. Jovem, meiga, de olhar terno, batalhadora, profissional
competente, firme em seus propósitos, mãe amorosa e sobretudo muito bonita. Por
meio dela conheci Gustavo, um menino grande. Bom amigo, bom filho, bom
profissional, muito amoroso e que se revela um grande companheiro para Simone. O
encontro dos dois não foi casual. O acaso não existe e, como diz a canção, “devia
estar escrito nas estrelas”.
A nós, testemunhas desse encontro feliz,
nos cabe brindar. Brindemos, pois, esse encontro abençoando.
Simone e Gustavo. Na presença de seus pais,
do filho e dos amigos, vocês selam hoje um compromisso. O amor, a cumplicidade,
a união de vocês constituem o alicerce para o começo de uma nova vida.
Meus queridos. O tecido do convívio é feito
de milhares de pequenas fibras. No entrelaçamento dessas fibras entram os
componentes da família de ambos os lados. Pessoas diferentes, com objetivos,
aspirações e interesses diferentes, que passam a formar de agora em diante
outra grande família. Os laços de amizade serão
ampliados.
Mas também – e com certeza! – aparecerão
arestas, que necessitarão ser aparadas. E esse é um trabalho de paciência e
compreensão mútua, sempre com o desejo
sincero de fortalecer esses laços e essas
fibras. Muitos encontros festivos virão. A vida é um grande baile em que as
almas se encontram, se abraçam, se conhecem...
Mas se esbarram também. E o final feliz
depende da boa vontade de cada um. Até
porque, todos sabemos, nem tudo são flores em um relacionamento. Com o passar
do tempo, as pessoas engordam, ganham rugas, perdem cabelos, adoecem. Aparecem
dificuldades de todos os matizes. Esta é a realidade de todos nós. E com vocês
não vai ser diferente. O verdadeiro amor, porém, consegue ultrapassar as
barreiras da aparência e manter-se fiel à
promessa de estarem juntos em todos os momentos: na alegria e na tristeza, na
saúde e na doença.
Conhecemos a história de Christofer Riwer,
O Super Homem. Transcorridos os
primeiros meses, quando o desânimo abateu sobre ele, sua esposa disse a frase
marcante: “Você ainda é você e eu o amo”.
E foi a certeza desse amor que lhe deu forças e entusiasmo para grandes
mudanças dentro e fora de si. Isso só foi possível graças aos ingredientes de uma convivência
amorosa: tolerância, cumplicidade, fé e,
principalmente, amor.
Repetimos
aqui Antoine de Saint-Exupéry: “o essencial é invisível para os olhos”. Que a
rosa de abril que brota na primavera que chega daqui a algumas horas possa ser
o símbolo do lindo amor que une vocês. Oxalá estejamos aqui, comemorando as
bodas de prata. E por que não a de ouro?
Que Jesus, em sua infinita misericórdia,
nos abençoe a todos e hoje, particularmente, ao casal que se une.
22-09-2007
Geni