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segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Carô, Carol, Carolina e... Nini

Santa Terezinha dá nome ao hospital e maternidade de Araçatuba, palco das cenas que marcam o início de nossa narrativa. Calor abrasador do mês de dezembro, dia vinte e sete, dezesseis horas, 1976. Mal acomodados em cadeiras desconfortáveis, única mobília em uma minúscula sala de espera sem nenhuma decoração além do retrato da enfermeira carrancuda fazendo sinal de silêncio, como a repreender o quieto ruído de nossa angústia. Éramos apenas Hirata e seu pai, "dichan", como o chamávamos, e eu, futura avó postiça. Olhávamos atentos a um pequeno quadro de luzes no alto da grande porta de entrada da sala de cirurgia. Numa época em que não existia ultrassom, o sexo do bebê era conhecido apenas no momento do parto e anunciado pela cor da luz que se acendia no alto da porta. Era ela, assim, que nos daria a resposta que tanto queríamos.
Finalmente é acesa uma luz. Vermelha, a indicar a chegada de uma menina. Assim veio ao mundo Carolina, uma linda mestiça com bochechas vermelhas, cabelos pretos e espetados, olhos bem puxadinhos, próprios dos orientais. Eram seis horas da tarde. Na sala de cirurgia, o som baixinho da Ave Maria era quebrado pelo choro da pequenina que chegara ao mundo desanuviando a tensão de todos que a aguardavam.  
Dichan, que mal pronunciava algumas palavras em português, mostrava no tímido sorriso a alegria da chegada de neta tão querida. A primeira filha do casal Nair e Hirata chegava para a alegria de toda família, e eu ali, incorporando definitivamente o papel de avó postiça que me reservava. Foi assim que acompanhei a trajetória dessa garota que mostraria para todos nós o verdadeiro sentido da luta pela vida.
Boazinha e dorminhoca cresceu comportada e chamava a atenção por sua beleza discreta. Com a chegada de sua irmã Renata, um ano e três meses depois, não só dividia com ela as atenções de todos como tomou para si a responsabilidade de irmã mais velha. Sempre juntas nas brincadeiras, nos passeios, na hora do lanche ou de dormir, ditava as normas, pois já se mostrava independente e voluntariosa, mas muito disciplinada, sua herança nipônica.
Passaram-se os anos. As meninas cresciam saudáveis, inteligentes e muito bem educadas pelos pais. Sua mãe as vestia com roupinhas lindas, fitas nos cabelos de Maria Chiquinha, combinando com os vestidos sempre muito bonitos.
O Parque Infantil, aos quatro anos, e depois a escola primária faziam parte da rotina. Com a mãe trabalhando fora, havia sempre alguém para os serviços domésticos e os cuidados com elas. Contavam também com a atenção e o carinho das avós, principalmente da vó Maristela, que sempre socorria nas horas de aperto ou em caso de doenças comuns na infância.
Foi então que aconteceu a mudança brusca e radical: de cidade, de escola, de amigos... E, também, a difícil adaptação à distância dos familiares, imposta pela transferência para Rio Claro, novo local de trabalho dos pais.
Os pais enérgicos, mas muito dedicados, tudo faziam para que as meninas tivessem conforto, carinho e orientação segura. Aulas de balé, escotismo, escola dominical faziam parte do dia a dia. A adolescência chegou e os poucos passeios eram feitos com os pais em viagens geralmente para visitas a familiares. As amigas eram poucas: as duas meninas se bastavam.
O ensino médio, as apreensões com o futuro, mudança de escola, as dificuldades e as diferenças que agora se acentuavam. Carolina gostava de exatas e sonhava ir para a cidade grande; Renata gostava de humanas e tinha outros sonhos. Resultado: embora procurassem estar sempre unidas, as duas amigas acabaram por se separar e cada uma seguiu seu rumo.
São Paulo, Rua Tamandaré. O cursinho preparatório aos exames vestibulares. O pensionato, as sofridas privações. A adaptação, sua e dos pais que, a partir de então, viveriam separados da filha querida. Tudo isso, aliado ao gostinho da independência que se anunciava, fez de Carolina  uma grande guerreira. Sem que ninguém pudesse imaginar, a tudo isso se impunha como uma preparação para o enfrentamento das borrascas e dos sofrimentos que a frágil garota viria a enfrentar na curta travessia de sua vida.
Estudiosa, determinada, perseguia seu sonho de conseguir vencer qualquer obstáculo para atingir seus objetivos. Enfim, a faculdade – curso de Ciência da Computação na PUC – a formatura, os estágios, o primeiro emprego, o primeiro apartamento, o primeiro carro, o primeiro amor...
A elegante executiva era arrojada  e autossuficiente. Mas cedia à tentação dos telefonemas diários para a mãe. Fosse para pedir sua opinião, comunicar uma decisão ou simplesmente para um colinho virtual. E se impunha frequentes visitas ao lar, quando mãe e filha passavam horas a tricotar, como diziam elas. Sua mãe e grande confidente ficava literalmente com o coração nas mãos quando a filha pegava a estrada à noite para retornar à capital. Carô, ao contrário, não tinha medo. Era expert no trânsito, em congestionamentos, nos frequentes alagamentos, enfim, em todos os transtornos que infernizam a vida das pessoas na cidade grande. Indiferente, continuava à busca de realizar seu sonho, MBA no Canadá. E, para isso, se preparava muito e muito...
Enquanto isso, sua irmã também concluiu seu curso superior, casou-se e foi morar em Brasília, terra de seu marido Vinicius, e repartiu com Nini – assim Carô era chamada pela irmã – a alegria da chegada do filho Miguel, 24 de Maio de 2008. Agora Nini seria também a “dinda” do fofucho garotão de olhos azuis. 
Mas o grande trem da vida segue seu curso e, no trajeto, as belezas, os obstáculos, a mudança de paisagem são inevitáveis.
No mesmo ano da chegada do Miguel, quatro meses depois, após um exame de rotina, a paisagem se modificou e nuvens escuras toldaram os céus. Fato novo: fora detectada a presença de um câncer raro, do tipo neuroendócrino. Ele mesmo, presente sem pedir licença, sem dar qualquer sinal, por mais simples que fosse, dava início ao calvário que galhardamente essa garota percorreria durante um ano.
Os alicerces familiares foram abalados terrivelmente. Comoção geral, o pesadelo, o sonho horrível que não acabava. Mas Carô desarmava a todos com sua galhardia e coragem em enfrentar mais uma luta, mesmo que a pior de todas. Foi submetida a uma cirurgia e emocionava a todos, inclusive a equipe médica, não somente  com sua esperança, mas também pela certeza da cura.
Durante a convalescença retornou à casa dos pais e, a partir daí, foram incontáveis as idas e vindas para São Paulo para os procedimentos quimioterápicos e exames específicos.  Seu pai, com a paciência oriental, era o calado motorista que satisfazia a todos os desejos nas infindáveis paradas. Como foram longos os dias! Nesse período, foi fundamental a presença constante de familiares e amigos. Uma grande corrente foi formada, pois os elos são fortes e não houve um só dia que não contasse com presença física ou telefonema de alguém.
Nunca a vimos chorar e, se o fazia, era às escondidas, assim como todos nós. Descrever o desvelo dos pais é impossível em tão curto espaço. Mesmo com o coração dilacerado, tudo fizeram para que a rotina se mantivesse driblando a dor naquele  “faz de conta que tudo está bem”. À sua mãe, só faltava carregá-la no colo, como nos seus primeiros anos de vida. Dormiam de mãos dadas, faziam confidências, riam e discutiam as últimas novidades sobre os tratamentos que Carô pesquisava diariamente na Internet. De família cristã, não faltaram as orações. O Evangelho foi uma constante no lar, fortalecendo os laços espirituais. Ao mesmo tempo em que nos agarrávamos à esperança, aceitávamos os desígnios do Pai e fomos trabalhando o coração para o inevitável.
Dia 26 de Setembro de 2009, pouco antes das quatro da tarde, cercada de familiares e amigos, despediu-se de nós para mudança de plano. Nini para sua irmã, Dinda para o pequeno Miguel, Carô para os familiares, Carol para os amigos, ou simplesmente Carolina, partiu nessa viagem “antes do combinado”, como diria o poeta. Para nós somente umas férias, uma vez que temos a certeza do reencontro.
Na sala do Jardim das Palmeiras coberta de flores, a comoção foi geral quando seu tio e pastor Silvinho, como coadjuvante que foi durante toda a infância, numa despedida singela, fez um breve relato de sua vida ressaltando o amor incondicional dos pais e irmã.

Campos de Jordão 01//01/2008

 Mas a vida tem que continuar, embora saibamos que nunca será a mesma. Os sinais severos da dor sentida fizeram marcas indeléveis nos corações. O consolo é que mantemos a fé, combustível da vida que pulsa dentro de cada um. Nessa singela homenagem represento seus tios e primos após dois anos de sua partida. “Fique com Deus menina”!

Tia Gê     26/09/2011


       



terça-feira, 20 de setembro de 2011

AMOR É TRABALHO

Observando uma casinha de joão-de-barro em construção e, diante da gritaria enquanto trançavam os galhinhos misturados com barro deduzi que fosse um casal dos conhecidos pássaros fazendo uma DR (discutindo a relação). Acho que não entram em acordo com alguns detalhes daí o alvoroço. Talvez ela não concorde com o espaço o tamanho da porta, coisa de mulher.
Que linda cena!  Na construção real (casinha) a construção do relacionamento, do amor que envolve permuta cumplicidade, compromisso que vão muito além do amor como queremos defini-lo.
Perdida em meus pensamentos, tento, na minha pequenez analisar esse sentimento controverso que é o amor. Para uns, sublime transcendente para outros dor e sofrimento. Na minha reflexão e, recordando-me da cena que havia visto conclui que AMOR É TRABALHO.
Trabalho lento que envolve sensações diversas e controversas de prazer, poder, impotência glamour, onipotência, paixão, ódio e, como diz o artista é trabalho que lembra movimento, interatividade e a arte buscando a perfeição nos detalhes.
Os escritores, poetas, romancistas cantam o amor em prosa e verso e falam do relacionamento entre as pessoas que envolvem valores diferentes, dos desejos e paixões.
Na novela “O Caminho das Índias” a autora descreve essa construção, esse trabalho quando orienta os jovens para o casamento e diferencia o amor paixão do amor construído com serenidade e perseverança. Compara com uma chaleira de água que é fria no início e, devagarzinho vai esquentando até a fervura. (amor duradouro) Cita o seu contrario quando o amor é paixão com fervura no inicio e esfria num curto espaço de tempo.
                              
Invertendo a ordem das palavras temos:
TRABALHO É AMOR.
O sentimento não muda quando pensamos em cumplicidade, compromisso, perseverança, troca numa construção para o bem comum.
Exemplos não faltam na natureza quando observamos o trabalho incessante do orbe para a harmonia dos seres que nele habitam.
O exemplo do trabalho solidário nas organizações mais complexas das formigas e abelhas. Poderíamos fazer um rol imenso desse trabalho, mas não é esse o propósito.
Fagner em uma composição diz:
O HOMEM SE HUMILHA SE CASTRAM SEUS SONHOS
SEU SONHO É SUA VIDA
E A VIDA É TRABALHO
E SEM O SEU TRABALHO.
O HOMEM NÃO TEM HONRA...

...NÃO DA PRA SER FELIZ...

02/2007   FTI


terça-feira, 6 de setembro de 2011

Depoimento, quase uma declaração de amor.

São Bernardo do Campo, meados de 1984. Conheci o Centro Espírita “Obreiros do Senhor”, CEOS como é conhecido, por meio de amigos que me levavam a assistir às palestras promovidas pela Instituição.. Minha ligação se fez mais estreita quando passei a participar dos cursos que a entidade oferecia. E assim fui cada vez mais compreendendo a Doutrina. Com o avanço no aprendizado, veio também a necessidade de participar como voluntária dos trabalhos da Casa, colocando a “fé nas obras”, como ensina o Evangelho.
Como trabalhava todos os dias da semana e tinha as noites ocupadas com estudos, buscava uma atividade que coubesse no pouco tempo que me sobrava livre: meus sábados e domingos. Ingressei na Instituição Assistencial Meimei (IAM), mantida pelo  CEOS. Foi quando conheci o Grupo Brogotá, cujo nome é uma justa homenagem a um dos mentores da Casa. Otávio, o responsável pelo grupo, Severiano, Baldow, Valdir e eu tínhamos por missão fazer visitas domiciliares para contatar os assistidos pela Instituição, geralmente integrantes das famílias que vinham em busca de vaga para suas crianças na Creche Meimei ou para outro atendimento.
Nessas visitas, verificávamos carteira de vacinação, analisávamos documentos pessoais, avaliávamos condições de higiene e, ainda, procurávamos identificar outras necessidades básicas, a tudo anotando numa ficha fornecida pelo Departamento Assistencial. Nossa rotina começava nos sábados ainda de manhãzinha. Enfrentávamos frio e chuva nos difíceis acessos das vielas das distantes favelas. O prazer de servir compensava o esforço.
Final da manhã, término do trabalho de campo, vinham os minuciosos relatórios a serem preenchidos. Na prece, culminância das atividades, agradecíamos a oportunidade do aprendizado e, nesse momento, deixávamos muitas vezes rolarem lágrimas de emoção. Nas conversas que se seguiam, aproveitávamos para trocar opiniões sobre diversos assuntos, mas principalmente para refletir sobre o que havíamos presenciado.
Foi num desses dias que o Otávio Carvalho, motorista do dia no revezamento de carros que fazíamos nos levou até a Rua Francisco Alves e parou no que hoje é o número 275, na época um terreno baldio cheio de mato. Não estávamos entendendo nada, até que ele, eufórico, vaticinou: aqui será construído o prédio da IAM, um sonho que alimentamos há muito tempo. E aconteceu. A sede da IAM é hoje uma feliz realidade. E falar sobre ela e sobre o que representa para a sociedade não seria possível em tão curto espaço. Mesmo assim, ouso deixar gravados alguns registros da história da Instituição, nem que seja pela importância que ela representa para minha vida.
A IAM surgiu de uma iniciativa do CEOS que, visando atender às necessidades da comunidade, criou, em suas próprias dependências, o Departamento Assistencial Meimei, hoje Serviço Assistencial Meimei, Unidade I da Instituição, que atende o segmento Família. Num pequeno espaço de tempo foram sendo criadas as demais unidades:  
Unidade II  Creche Meimei.  
Unidade III – Lar Escola Scheilla.  
Unidade IV CIDEPP – Centro de Iniciação e Desenvolvimento Profissional Pestalozzi.  
Unidade V – Porta de Fabiano – apoio alimentar Sopa do Coração e trabalho de reerguimento da mendicância.  
Unidade  VI – Núcleo de Convivência da Terceira Idade, com atividades de laborterapia através de projetos especiais.
Eu acompanhei passo a passo as construções, as reformas e ampliações como tarefeira integrada nos trabalhos da casa, pois nesta altura minha vida de aposentada já me permitia maior tempo de dedicação. Participei também de diversas atividades  promovidas pela Casa, em algumas delas como integrante do grupo de criação, sempre com muita dedicação e enorme carinho.
Meu destino me conduziu para o interior do Estado. Hoje moro na simpática Rio Claro, mas continuo acompanhando tudo com muita atenção, seja por visitas ao site da Instituição, seja nos frequentes contatos com os amigos maravilhosos com quem tive a oportunidade de aprender e viver a Doutrina Espírita. Sinto saudade de todos: dos amigos irmãos, dos trabalhos, das dificuldades e das muitas alegrias vividas na Instituição. Vez em quando volto ao aconchego da Casa, que me recebe com muito carinho como se dela nunca houvesse saído.
A IAM busca cada vez mais aprimorar a qualidade de seus serviços, melhorando e aumentando o atendimento à comunidade carente, sempre cumprindo ao máximo todas as exigências legais brasileiras. Para se manter busca recursos nas várias fontes descritas no site que mantém na Internet, mas hoje quero falar de uma delas em particular: os famosos chás promovidos pelo grupo encarregado da Promoção, um dos muitos departamentos da casa. São dois eventos no ano: o chá de outono e o da primavera.
Nos primeiros tempos, os chás eram realizados no Clube dos Meninos da Avenida Caminho do Mar, que gentilmente nos cedia o espaço. Tínhamos, então, de transportar todo o material necessário a que o evento acontecesse: utensílios, mesas e cadeiras, ferramentas, objetos de decoração, brindes para o sorteio, além dos ingredientes para o chá e dos alimentos previamente preparados na IAM. Tudo isso era feito, com muita dificuldade, confesso, nos dias que antecediam ao evento.

Mas o pior: o tempo de que dispúnhamos na atividade "antes" faltava-nos no "depois", porque uma das exigências do clube era a de que o material fosse recolhido ao final do dia, para que os sócios não fossem prejudicados em suas atividades. E haja esforço e cansaço das abelhas operárias que, felizmente, aumentavam em número a cada encontro. Dessa forma, embora o chá fosse servido no período da tarde, os trabalhos avançavam noite adentro para podermos deixar tudo em ordem.

Não sei quantos foram os chás realizados no Clube dos Meninos, pois logo após meu ingresso tivemos a felicidade de contar com a cobertura da quadra esportiva da IAM que, além das atividades esportivas, agora assumia também a função de abrigar esses e outros eventos.

Chá de Outono "Nosso Lar"
07/05/2000
Os anos foram passando, a tecnologia chegando, o número de voluntários aumentando e o esmero na organização chegou à sofisticação da decoração inserida no tema, tudo feito com muito carinho e cuidado num trabalho maravilhoso de equipe.  Mas nada disso tirou o encanto inicial. Pelo contrário, contribuiu ainda mais para fazer desses encontros momentos deliciosos. Conjuntos musicais, apresentações artísticas, a comunhão na prece, a alegria dos voluntários, o aconchego nos abraços saudosos, tudo contribui para  uma tarde realmente especial.

Chá de Outono 2006
Eu, felizmente, não permiti que se rompesse o cordão umbilical. Embora fisicamente distante, continuo a tudo firmemente ligada e, sempre que possível, compareço como visita ou, às vezes ainda como coadjuvante. Devo muito a essa casa que me deu oportunidade de crescer aprendendo, de aprender amando e de amar trabalhando para um mundo melhor.

Com esse breve relato, convido a todos a visitarem o site:  www.iam.org.br   para conhecer um pouco da missão da IAM: um trabalho das Mãos Unidas”, exemplo de compromisso,  credibilidade e amor.  
Geni D. Bizzo 08/2011
Fotos – Recepção dos eventos  - Quadra da IAM
1ª foto – 07/05/2000 Geni, Zirleide, Piedade           
2ª foto  2006 – Oracila – Geni