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terça-feira, 6 de setembro de 2011

Depoimento, quase uma declaração de amor.

São Bernardo do Campo, meados de 1984. Conheci o Centro Espírita “Obreiros do Senhor”, CEOS como é conhecido, por meio de amigos que me levavam a assistir às palestras promovidas pela Instituição.. Minha ligação se fez mais estreita quando passei a participar dos cursos que a entidade oferecia. E assim fui cada vez mais compreendendo a Doutrina. Com o avanço no aprendizado, veio também a necessidade de participar como voluntária dos trabalhos da Casa, colocando a “fé nas obras”, como ensina o Evangelho.
Como trabalhava todos os dias da semana e tinha as noites ocupadas com estudos, buscava uma atividade que coubesse no pouco tempo que me sobrava livre: meus sábados e domingos. Ingressei na Instituição Assistencial Meimei (IAM), mantida pelo  CEOS. Foi quando conheci o Grupo Brogotá, cujo nome é uma justa homenagem a um dos mentores da Casa. Otávio, o responsável pelo grupo, Severiano, Baldow, Valdir e eu tínhamos por missão fazer visitas domiciliares para contatar os assistidos pela Instituição, geralmente integrantes das famílias que vinham em busca de vaga para suas crianças na Creche Meimei ou para outro atendimento.
Nessas visitas, verificávamos carteira de vacinação, analisávamos documentos pessoais, avaliávamos condições de higiene e, ainda, procurávamos identificar outras necessidades básicas, a tudo anotando numa ficha fornecida pelo Departamento Assistencial. Nossa rotina começava nos sábados ainda de manhãzinha. Enfrentávamos frio e chuva nos difíceis acessos das vielas das distantes favelas. O prazer de servir compensava o esforço.
Final da manhã, término do trabalho de campo, vinham os minuciosos relatórios a serem preenchidos. Na prece, culminância das atividades, agradecíamos a oportunidade do aprendizado e, nesse momento, deixávamos muitas vezes rolarem lágrimas de emoção. Nas conversas que se seguiam, aproveitávamos para trocar opiniões sobre diversos assuntos, mas principalmente para refletir sobre o que havíamos presenciado.
Foi num desses dias que o Otávio Carvalho, motorista do dia no revezamento de carros que fazíamos nos levou até a Rua Francisco Alves e parou no que hoje é o número 275, na época um terreno baldio cheio de mato. Não estávamos entendendo nada, até que ele, eufórico, vaticinou: aqui será construído o prédio da IAM, um sonho que alimentamos há muito tempo. E aconteceu. A sede da IAM é hoje uma feliz realidade. E falar sobre ela e sobre o que representa para a sociedade não seria possível em tão curto espaço. Mesmo assim, ouso deixar gravados alguns registros da história da Instituição, nem que seja pela importância que ela representa para minha vida.
A IAM surgiu de uma iniciativa do CEOS que, visando atender às necessidades da comunidade, criou, em suas próprias dependências, o Departamento Assistencial Meimei, hoje Serviço Assistencial Meimei, Unidade I da Instituição, que atende o segmento Família. Num pequeno espaço de tempo foram sendo criadas as demais unidades:  
Unidade II  Creche Meimei.  
Unidade III – Lar Escola Scheilla.  
Unidade IV CIDEPP – Centro de Iniciação e Desenvolvimento Profissional Pestalozzi.  
Unidade V – Porta de Fabiano – apoio alimentar Sopa do Coração e trabalho de reerguimento da mendicância.  
Unidade  VI – Núcleo de Convivência da Terceira Idade, com atividades de laborterapia através de projetos especiais.
Eu acompanhei passo a passo as construções, as reformas e ampliações como tarefeira integrada nos trabalhos da casa, pois nesta altura minha vida de aposentada já me permitia maior tempo de dedicação. Participei também de diversas atividades  promovidas pela Casa, em algumas delas como integrante do grupo de criação, sempre com muita dedicação e enorme carinho.
Meu destino me conduziu para o interior do Estado. Hoje moro na simpática Rio Claro, mas continuo acompanhando tudo com muita atenção, seja por visitas ao site da Instituição, seja nos frequentes contatos com os amigos maravilhosos com quem tive a oportunidade de aprender e viver a Doutrina Espírita. Sinto saudade de todos: dos amigos irmãos, dos trabalhos, das dificuldades e das muitas alegrias vividas na Instituição. Vez em quando volto ao aconchego da Casa, que me recebe com muito carinho como se dela nunca houvesse saído.
A IAM busca cada vez mais aprimorar a qualidade de seus serviços, melhorando e aumentando o atendimento à comunidade carente, sempre cumprindo ao máximo todas as exigências legais brasileiras. Para se manter busca recursos nas várias fontes descritas no site que mantém na Internet, mas hoje quero falar de uma delas em particular: os famosos chás promovidos pelo grupo encarregado da Promoção, um dos muitos departamentos da casa. São dois eventos no ano: o chá de outono e o da primavera.
Nos primeiros tempos, os chás eram realizados no Clube dos Meninos da Avenida Caminho do Mar, que gentilmente nos cedia o espaço. Tínhamos, então, de transportar todo o material necessário a que o evento acontecesse: utensílios, mesas e cadeiras, ferramentas, objetos de decoração, brindes para o sorteio, além dos ingredientes para o chá e dos alimentos previamente preparados na IAM. Tudo isso era feito, com muita dificuldade, confesso, nos dias que antecediam ao evento.

Mas o pior: o tempo de que dispúnhamos na atividade "antes" faltava-nos no "depois", porque uma das exigências do clube era a de que o material fosse recolhido ao final do dia, para que os sócios não fossem prejudicados em suas atividades. E haja esforço e cansaço das abelhas operárias que, felizmente, aumentavam em número a cada encontro. Dessa forma, embora o chá fosse servido no período da tarde, os trabalhos avançavam noite adentro para podermos deixar tudo em ordem.

Não sei quantos foram os chás realizados no Clube dos Meninos, pois logo após meu ingresso tivemos a felicidade de contar com a cobertura da quadra esportiva da IAM que, além das atividades esportivas, agora assumia também a função de abrigar esses e outros eventos.

Chá de Outono "Nosso Lar"
07/05/2000
Os anos foram passando, a tecnologia chegando, o número de voluntários aumentando e o esmero na organização chegou à sofisticação da decoração inserida no tema, tudo feito com muito carinho e cuidado num trabalho maravilhoso de equipe.  Mas nada disso tirou o encanto inicial. Pelo contrário, contribuiu ainda mais para fazer desses encontros momentos deliciosos. Conjuntos musicais, apresentações artísticas, a comunhão na prece, a alegria dos voluntários, o aconchego nos abraços saudosos, tudo contribui para  uma tarde realmente especial.

Chá de Outono 2006
Eu, felizmente, não permiti que se rompesse o cordão umbilical. Embora fisicamente distante, continuo a tudo firmemente ligada e, sempre que possível, compareço como visita ou, às vezes ainda como coadjuvante. Devo muito a essa casa que me deu oportunidade de crescer aprendendo, de aprender amando e de amar trabalhando para um mundo melhor.

Com esse breve relato, convido a todos a visitarem o site:  www.iam.org.br   para conhecer um pouco da missão da IAM: um trabalho das Mãos Unidas”, exemplo de compromisso,  credibilidade e amor.  
Geni D. Bizzo 08/2011
Fotos – Recepção dos eventos  - Quadra da IAM
1ª foto – 07/05/2000 Geni, Zirleide, Piedade           
2ª foto  2006 – Oracila – Geni

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