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terça-feira, 23 de julho de 2013

Uma história de sucesso


Estamos em 1991. Acabo de chegar à Escola Anésia Loureiro Gama, em São Bernardo do Campo. Egressa de uma escola distante com muitos problemas surpreendeu-me tudo o que aqui encontrei: da organização e limpeza até a disciplina reinante, tanto no grupo de professores, como no pessoal administrativo e, principalmente, nos alunos.
Por atribuição da direção da escola, fiquei responsável por uma terceira série do primeiro grau. Eram mais de 35 alunos (não me lembro do número exato), mas de imediato senti acontecer uma grande afinidade entre nós. Crianças na faixa de nove anos, cheias de vida e com muita predisposição para aprender. Fiquei entusiasmada, antevendo o sucesso que alcançaríamos juntos, uma vez que dar aula sempre foi o meu forte.
Particularmente, chamou-me a atenção uma garotinha linda, de olhos vivos e muito espertos, que participava ativamente de todas as atividades, colocando-se muito bem nas perguntas e nos questionamentos. Com a desenvoltura de uma pessoa adulta, sabia ocupar seu lugar, conquistando a simpatia da classe. Com isso, estabeleceu desde o início uma ligação muito grande com a professora.
Mesmo não tendo formação específica em Língua Portuguesa, sempre adotei o lema de Oscar Wilde, de que ‘”para se escrever, basta ter alguma coisa para dizer”. Gostava de trabalhar a criação de texto, coisa que fazíamos com bastante frequência e com grandes resultados. Incentivava a leitura e estimulava a que os alunos se arriscassem no mundo mágico da escrita. Com eles, soltava as amarras da imaginação e voávamos juntos nas asas dos nossos sonhos. Acompanhei a classe no ano seguinte, quando terminou a primeira fase do primeiro grau. E lá estava ela: Luciana Bugni.
Ainda hoje me vem à memória o quanto era prazeroso ler seus textos. Surpreendia sempre a forma como desenvolvia qualquer tema que trabalhássemos. Tinha idéias próprias, e as trabalhava de forma coesa e precisa. Na correção dos textos, sempre tive o hábito de fazer alguma observação que ultrapassava a convencional correção ortográfica e gramatical. Ela deve lembrar-se de algum comentário meu. Coisas como: “um dia vou ver algum trabalho seu... você será escritora, eu pressinto... que delícia de história, continue nesse caminho...”.
Sinto enorme prazer em ver confirmado meu vaticínio. Está aí Luciana, jornalista cheia de beleza e de vida nos seus 30 anos. Pelo caminho que tem trilhado, estou absolutamente convencida de que seu futuro será ainda mais brilhante. Parabéns pelo aniversário, pelas conquistas e pela grande beleza revelada pelos seus lindos olhos.

Carinhosamente, Geni

09/2012

nota: Escrevi esse texto a pedido de sua mãe quando a empresa prestou uma homenagem para Luciana no seu aniversário.


terça-feira, 16 de julho de 2013

MUITO ALÉM DO AMOR


Sandra e Sérgio- pais da noiva
Muitas são as frases, canções, poemas que falam de amigos incondicionais que nos tocam a alma profundamente.  E todos temos alguns que são aqueles irmãos que escolhemos. Em nossa caminhada pela vida, em diferentes situações contamos com essas pessoas que vibram e choram conosco. E nem o tempo nem a distância interferem nesse bem-querer. Sou afortunada, pois tenho muitos amigos, verdadeiros anjos de guarda, que velam e torcem por mim, independentes de idade e sexo. Entre eles, Sandra e Sérgio ocupam lugar especial. Assim, temos uns pelos outros o maior carinho e, mesmo à distância, nos “acompanhamos”, sem nunca perdermos o contato e a sintonia.
Caroline, filha do casal que conheci aprendendo as primeiras letras, casou-se hoje com Renato, numa cerimônia que me encantou pelo misto de simplicidade e sofisticação nos mínimos detalhes, pela organização ímpar, que a própria noiva teve o cuidado de encabeçar, deixando sua marca, a marca de uma jovem que sabe o que quer, mas que é, ao mesmo tempo, cheia daquela emoção que revela em cada toque.
A noite fria e chuvosa não empanou o brilho do ambiente e da cerimônia. Muito pelo contrário: o ar melancólico do tempo dava um toque mágico ao aroma das flores do campo. Uma tenda não muito grande abrigava os familiares elegantes e atentos a um grupo de violinos e vocais que entoava um repertório apropriado a cada instante do evento.
Um violinista recebia os convidados que, logo na entrada, eram aquecidos com um delicioso caldo quente. Acomodados, os convidados assistiram atentos a entrada dos pares que foram cuidadosamente organizados na sequência comum nestas situações: pais, padrinhos e noivos, com o destaque para os detalhes dos trajes femininos: todos nas cores  rosa, com várias nuances e matizes combinando com as flores que ornamentavam o recinto.
Homenagem especial às avós, que emocionou a todos. Foi delas o privilégio de abrir a cerimônia, mesmo com os passos trôpegos de uma delas. O destaque ficou por conta de um casal de crianças ‘‘noivinhos” que, ao som da música “Aquarela”, de Toquinho, entraram com um buquê de marshmallow e um enorme pirulito, relembrando a infância dos noivos e da maioria dos presentes. Uma nova surpresa completava o cortejo nupcial. Levava as alianças uma linda gueixa sorridente, vestida com um lindo e colorido quimono a homenagear a família dos noivos.

Ao som da Ave Maria e após a prece do Pai Nosso, os noivos trocaram as alianças e receberam as bênçãos de Deus através das vibrações dos familiares e amigos. Após os cumprimentos, todos retornamos ao local, agora já transformado com grandes mesas redondas decoradas lindamente com arranjos de flores rosa e bonsais onde seria servido o jantar.
Aperitivos, entrada, pratos variados, um atendimento impecável do serviço de bufê, alegria contagiante de todos impregnou o ambiente de uma atmosfera leve e emocionante. Estavam faltando os noivos, que deveriam retornar ao local para compartilhar com todos depois de muitos abraços e fotos. Aí o inusitado acontece.
Do alto da escada, os noivos, ela linda e sorridente, ele não menos lindo, com o  sorriso tímido comum aos orientais, traziam nos braços a MEG uma cadela Lhasa com uma tiarinha de pérolas e com um minúsculo véu entre as orelhas peludas. Foi emocionante. O amor incondicional que a família, e especialmente Caroline, tem pelos animais não poderia deixar a linda cadela de fora dessa ocasião tão especial, ela, que é companheira fiel em todos os momentos. Confesso que me emocionei, assim como todos os presentes. Após acompanhar o casal pelo salão, participando feliz, latindo e balançando o rabo, foi levada para casa. Afinal, o dia havia sido estressante para ela.

Mas a festa continuou e Caroline nos surpreendeu mais uma vez. Após o anúncio da valsa, os convidados dirigiram-se para um salão decorado onde começaria o baile. O baile? Sim mas como era dia de são Pedro, todos receberam seus chapéus de palha e dançaram muito... a quadrilha junina. Alegria geral.
Já era madrugada quando retornei a casa, sentindo um prazer enorme por ter feito parte de encontro tão especial e registrado tão belas cenas.
Aos noivos Caroline Renato, muitas felicidades.
Aos pais e grandes amigos Sandra e Sérgio, parabéns! Pelos filhos, por esse dia, e pela oportunidade do reencontro.

SBCAMPO   29/06/2013