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terça-feira, 25 de novembro de 2014

Arlindo.... lindo



Insulado em seu mundo

Adulto franzino, coração de menino

Sons muito pouco sentidos

Olhos miúdos, distantes.

Corpo deformado, reagindo

de acordo com suas idiossincrasias.

Da pureza de sua alma,

palavras tibitateadas motivam chacotas

Em que mundo  estão suas lembranças?

No picadeiro, personagem sem papel.

Plateia miserável, inescrupulosa,

rejubila no domingo sem horizonte.

Inocência aviltada, aniquilada pelas circunstâncias.

Seu destino foi assim:

Ganhou o pão com o suor de seu rosto sulcado.

Um dia...

Deitou-se como anjo cansado,

na mesma terra que ajudara cultivar.

Sol  escaldante o coração do menino não aguentou.

Sua alma flutuaria no éter infinito.

Com júbilo, o céu recebeu Arlindo.

Livre de suas mazelas, o anjo descansou.


Homenagem ao tio Arlindo Bizzo

Geni  25/11/2014




2 comentários:

  1. Sinto pelo descompasso do tempo que não permitiu um contato maior com meus tios e tias. Sinto, também, que a ciência não tinha os avanços de hoje para atenuar muitas dificuldades da família. Um abraço ao pequeno grande homem.

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  2. Há lembranças que nos levam a tempos vividos e não bem compreendidos.
    A passividade, a tolerância, o não reclamar ou blasfemar pela inexpressividade do seu dia a da, tudo que me vem à mente sobre Tio Lindo me deixa triste e com peso na consciência por não tê-lo tratado como devia. Eu tinha inteligência capaz de discernir a dificuldade da missão daquele pequeno grande Homem mas me deixei levar pelo correr da vida como ela era desde a mais tenra infância. Não o maltratei,o que não é muito porém, o que é mais importante, não o bem tratei. E assim passam os dias... Não dá pra fazer mais nada, pelo menos para Ele.

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