Insulado em seu mundo
Adulto franzino, coração
de menino
Sons muito pouco sentidos
Olhos miúdos, distantes.
Corpo deformado, reagindo
de acordo com suas
idiossincrasias.
Da pureza de sua alma,
palavras tibitateadas
motivam chacotas
Em que mundo estão suas lembranças?
No picadeiro, personagem sem papel.
Plateia miserável, inescrupulosa,
rejubila no domingo sem horizonte.
Inocência aviltada, aniquilada
pelas circunstâncias.
Seu destino foi assim:
Ganhou o pão com o suor de seu rosto sulcado.
Um dia...
Deitou-se como anjo cansado,
na mesma terra que ajudara cultivar.
Sol escaldante o
coração do menino não aguentou.
Sua alma flutuaria no éter infinito.
Com júbilo, o céu recebeu
Arlindo.
Livre de suas mazelas, o anjo descansou.
Sinto pelo descompasso do tempo que não permitiu um contato maior com meus tios e tias. Sinto, também, que a ciência não tinha os avanços de hoje para atenuar muitas dificuldades da família. Um abraço ao pequeno grande homem.
ResponderExcluirHá lembranças que nos levam a tempos vividos e não bem compreendidos.
ResponderExcluirA passividade, a tolerância, o não reclamar ou blasfemar pela inexpressividade do seu dia a da, tudo que me vem à mente sobre Tio Lindo me deixa triste e com peso na consciência por não tê-lo tratado como devia. Eu tinha inteligência capaz de discernir a dificuldade da missão daquele pequeno grande Homem mas me deixei levar pelo correr da vida como ela era desde a mais tenra infância. Não o maltratei,o que não é muito porém, o que é mais importante, não o bem tratei. E assim passam os dias... Não dá pra fazer mais nada, pelo menos para Ele.