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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Rodrigo

Rodrigo

Caipira...pira...toc..toc...pira..nossa...  O berço batendo na parede. O menino em pé, de fralda sorriso largo e garganta afiada canta para chamar atenção pois quer sair e não pode.
Não faz manha apenas espera a seu modo, cantando e balançando o berço.
Alegria pura, sorriso aberto sempre, mesmo quando chegaram seus primos e a atenção que era só para ele teve que ser repartida, mas, não me lembro que tenha feito muita diferença pelo menos não ficou transparente embora concordamos que teve lá suas frustações.
Assim cresceu esse menino inteligente, feliz, rechonchudo e risonho mesmo quando não conseguia falar direito e quando dizia “cocha” – calça - ficava bravo porque achávamos graça, assim como tantas outras palavras e atos que me fogem à memória.
Seu pai por circunstâncias profissionais fez várias mudanças com a família que sempre o acompanhou. Nessas idas e vindas além de conhecer cidades frequentou outras tantas escolas e novas amizades surgiram. Ro, como seus irmãos, sempre tirou de letra. Estudava muito e acompanhava os mais velhos nas pesquisas e estudos complementares.
Conheci todas as cidades e acompanhei o crescimento e peripécias. Me lembro que em Santos ficávamos preocupados. No comércio, se enrolava nos cabides e prateleiras, no calçadão ia à frente e tínhamos que ficar sempre atentos. Na praia, a mesma coisa, sempre muito independente e feliz. Participei de todos eventos que nortearam sua vida: batizado, festinhas na escola, aniversários e formatura. Organizávamos brincadeiras: fui palhaço, Papai Noel, organizei caça ao coelho da Páscoa. Éramos felizes. O tempo passou...
Rodrigo cresceu. Nessas idas e vindas terminou o ensino médio e sem cursinho entrou na Escola Politécnica – USP  - e foi morar com a vó Encarnação em São Paulo uma vez que seus pais estavam no interior.
Então... Eis que na faculdade conheceu Alessandra. Menina delicada que em sua simplicidade nos cativou. Ia para nossas festas improvisadas de Araçatuba, sem conforto nas acomodações, sem etiqueta e grandes cardápios. Demos-lhe o nome de Anjinho Barroco. O namoro progrediu com alguns percalços como em todo relacionamento.
Formatura...Gosto de homenagens e surpresas e foi assim que lhe enviei um anjo para “abençoar” esse dia todo especial. Foi lindo e nos emocionou também.
Bem... A vida continua. O noivado e casamento marcado. Entro em cena novamente e uma espevitada palhacinha deu o tom da festa no chá de panela. Diversão pura.
Fui testemunha no seu casamento num dia lindo e ensolarado e a vida seguiu. A distância atrapalhou um pouco e nossos encontros diminuíram. Vieram os filhos lindos algumas mudanças de casa, de cidade e de empresa. A vida toma rumo diferente: inquietações, dúvidas, noites insones e a decisão: deixar o país. Era um sonho antigo que se concretiza agora não sem algum desconforto.
O que dizer essa tia gatosa (gata idosa) que ama intensamente vocês, que gosta de paparicar, de tocar e que já não tem tanto ânimo como outrora? A distância vai dificultar embora não será impossível pois o mundo virtual está aí (preciso aprender). Sejam felizes é o que desejo. Pedirei para os mentores de Jesus cuidarem bem de vocês assim como o fizemos nesses anos todos. Para a Alessandra um pedido: Abra mais o seu coração que sei que é grande e carinhoso, solte a doçura que tem dentro de você  que teima em esconder pois um anjinho tem muito pra dar apesar que não é mais anjo e sim bailarina. Para as crianças: Saúde e Sucesso. Para você aquele abraço apertado da Tia Gê.





AMO VOCÊS

02/2017








Um comentário:

  1. Lindo texto e linda homenagem! Meu coração está aberto, assim como nossa casa. Sempre. E como qualquer casa, meu coração às vezes fica baguncado e pouco aconchegante. De tempos em tempos faço uma limpa nele e na casa. No coração você já está, falta programar uma visitinha pra casa nova. Love you!!!!!!

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